sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Novo Atlético

Enquanto segue na busca por um novo treinador, o Atlético acompanha o interino Thiago Larghi dar conta do recado. Em três partidas no comando do time, após a demissão do técnico Oswaldo de Oliveira, Larghi acumula uma derrota e duas vitórias, com 7 gols marcados e apenas 2 sofridos, um saldo positivo de 5 gols.

É importante avaliarmos que, os dois triunfos dele foram em jogos que o time estava pressionado: sobre América, pelo Campeonato Mineiro, e o mais recente diante do Botafogo da Paraíba, pela Copa do Brasil. Os maus resultados e as recusas de Cuca e Abel Braga estavam preocupando o torcedor atleticano, especialmente sobre uma possível eliminação da Copa do Brasil, já que o Galo só teria um duelo contra os paraibanos.

Mas, afinal, o que Thiago Larghi fez de tão impressionante com esse Atlético? Bom, vamos lá. A primeira medida foi tirar o lento e perdido Arouca e colocar o bom marcador Adilson como protetor da zaga. Ele não pode até não ter o bom passe como o Arouca, mas tem mais poder de marcação.

A segunda mudança foi o posicionamento de Elias. Com Oswaldo de Oliveira, Elias tinha liberdade para apoiar o ataque, e com isso, quando o Atlético tinha a bola, o volante se alinhava à Roger Guedes, Cazares e Otero para municiar Ricardo Oliveira. Desta forma, o alvinegro jogava no 4-1-4-1. Aconteceu que a recomposição de Elias não era eficiente, e quando os adversários faziam uma transição ofensiva rápida, conseguiam encontrar espaços à frente da defesa. Soma-se a isso, a lenta recomposição de Cazares, que também pouco ajudava na marcação. Agora, Elias fica mais “preso” junto a Adilson, protegendo a frente da área e dando opção aos zagueiros de saída de jogo, aproveitando os toques rápidos para municiar o quarteto ofensivo.

Terceira alteração foi a troca de Cazares por Erik. O equatoriano era uma barata zonza no meio de campo, nem criava oportunidades, nem marcava. Ele deu lugar a Erik, que com muita mobilidade consegue ajudar na construção de jogadas e marcar a saída de jogo do adversário. Erik joga como um segundo atacante e um meia. Quando a bola está nas pontas, com Otero ou Róger Guedes, ele aproxima para dar opção de passe. Quando Ricardo Oliveira sai da área para tentar uma jogada, ele aproveita o espaço deixado pelo centroavante e infiltra entre os zagueiros.

E a quarta mudança foi o jogo sem a bola. Agora, o Atlético fecha a casinha para contra-atacar. Para marcar, o Galo altera suas linhas. Se o adversário tem a bola no círculo central, a marcação é feita em duas linhas de 4 jogadores, com Otero e Guedes compondo a segunda linha de marcação com Adilson e Elias. Já Erik e Ricardo Oliveira marcam o toque de bola entre os volantes. Quando o adversário consegue aprofundar o lance, ou seja, consegue chegar mais próximo à área de Victor, Erik se junta à segunda linha de marcação, e por vezes o Atlético marca no 4-5-1. Assim, os jogadores atleticanos fecham os espaços e linhas de passe do adversário, e ao roubarem a bola, Otero, Guedes, Erik e Ricardo Oliveira iniciam a transição ofensiva de forma muito acelerada, com toques rápidos, intensa movimentação e troca de posições para confundir a defesa do outro time.


Ainda é cedo para dizer se esse time vai pra frente e lutar por títulos na temporada, mas já dá para afirmar que as mudanças do interino (quem sabe futuro efetivo) Thiago Larghi deram resultados positivos, dando mais confiança a jogadores e torcida. O maior desafio agora é o super clássico contra o Cruzeiro, no dia 4 de março, no Independência, daqui a duas rodadas do Campeonato Mineiro.